Calendário Anual

COPA BRASIL LNK E SEMINÁRIO DE KARATE (25/27 DE MARÇO) BRASÍLIA;
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CAMPEONATO BRASILEIRO DE KARATE SHOTOKAN OFICIAL JKA - SÃO PAULO -ABRIL E CURSO INTERNACIONAL COM MESTRE IMURA JKA -JAPÃO
-COPA BRASILLNK NATAL-RN -JULHO
-TROFEU UFOP ABERTO DE KARATE/1º EXAME DE FAIXA PRETA 2011 AMAK - OURO PRETO-MG (JULHO)
- COPA AKC 34 ANOS 28 DE AGOSTO EM SÃO jOÃO DEL REI;
-1º GASHUKKU DE KARATE DE BOM DESPACHO/DIVINÓPOLIS DE KARATE - OUTUBRO
-COPA BRASIL LNK PALMAS-TO OUTUBRO
-COPA BRASIL FEIRA DE SANTANA-BA NOVEMBRO
-3ª COPA TIRADENTES DE KARATE - NOVEMBRO/TIRADENTES-MG;
-2º EXAME AMAK E FESTA DE ENCERRAMENTO 2011 AMAK (MELHORES DO
ANO) SÃO JOÃO DEL REI-MG

AGRADECIMENTOS


A Akc Tiradentes na pessoa de seu professor Ademir Silvestre, só tem a agradecer aos parceiros e amigos que muito ajudaram e incentivaram o karate em tiradentes no ano que passou.
Primeiro agradecemos a Deus que nos deu forças para enfrentarmos vários desafios no nosso caminho, aos pais que confiaram a nós seus filhos, aos alunos pela dedicação nos treinamentos, à prefeitura municipal nas pessoas do sr prefeito Nilzio Barbosa e Sr vice prefeito Reinaldo Noronha, ao Departamento de esporte e lazer na pessoa de Paulo Wagner, aos Departamentos:
Educação, Saúde e Turismo, à Câmara Municipal, aos Vereadores Sávio Camilo e Rogério que sempre acreditaram em nosso trabalho, ao Corpo de Bombeiros Voluntários que sempre nos deram apoio em nossos eventos, aos patrocinadores:
* Posto Master Ipiranga de São João Del Rei
* Posto NN Ltda Tiradentes
* Supermercados Monte Rey
* Libertas Espaço Cultural
* Sílvio Giarola Móveis.
Aos amigo da AKC São João Del Rei pelo apoio em nosso eventos em especial ao amigo e professor Renan Silva, minha família que se tornou parte da família Akc.
Por fim ao meu Mestre Shiram Marcos Antônio que incentiva e nos da o suporte necessário para que possamos caminhar no caminho do verdadeiro karate-do.
OSS...

Mestre Marcos contra a História


Mestre Marcos conta a história:
KARAT E-DO


Também conhecida como

karatê, karaté. KARATE-DO (caminho das mãos vazias, caminho das mãos que contém o universo). É O CORRETO!

Países de origem

ÍNDIA, CHINA, Okinawa (arquipélago) Ryukyu, JAPÃO

MESTRES PRECUSSORES:

Matsu Higa, PeichinTakahara, Kanga Sakukawa, Sokon Matsumura, Anko Itosu, Azato, Kenwa Mabuni, Chojun Miyagi, Gichin Funakoshi, Hironori Otsuka e muitos outros.Em Minas gerais o grande mestre AKIO YOKOYAMA 8º Dan FMK do Kenyu-Ryu.

Antecedentes

Vajramushiti (India), Kenpō chinês (Okinawa-te, tode).

Foi Sensei Gichin Funakoshi, quem em 1929 mudou o nome de tode (mãos chinesas) para o atual KARATE-DO.

ASSIM COMO A FACE POLIDA DE UM ESPELHO REFLETE TUDO QUE ESTÁ DIANTE DELE E UM VALE CALMO TRANSMITE (PELO ECO) OS SONS MAIS DOCES, O PRATICAN-TE DE KARATE-DO DEVE TER SEU ESPÍRITO LIVRE DO EGOISMO E DAS COISAS MATE-RIAIS, NUM ESFORÇO PARA REAGIR A TUDO QUE É ADVERSO A ELE!” GICHIN FUNAKOSHI

Escolas descendentes

ESTILOS

Shotokan, Wado-ryu, Shito-ryu e Goju-ryu são reconhecidos pela WKF. Outros: Kenyu-riu, Uechi-ryu, kyokushin, Motobu-ryu, Shorin-ryu, Shukokai, etc.(cerca de 70 e cada um costuma ter várias linhas.

Práticas

Ate waza, Atemi waza, Ne waza, Kihon, kata, Kumitê, defesa pessoal, TAME - SHIWARI (quebramento), armas também em alguns estilos, etc.

Caratê (português brasileiro) ou caraté (português europeu) (em japonês: 空手, transl. karate: ou 空手道, transl. karate-dō) é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu a partir da arte marcial autóctone de Oquinaua(OKINAWA) sob forte influência do kenpō chinês[4] (em particular o kung fu da China meridional). Seu repertório técnico abrange principalmente golpes contundentes — atemi waza —, como pontapés, socos, joelhadas, tapas(mão aberta) etc., mas técnicas de projeção, imobilização e bloqueios — ne waza, katame waza, uke waza — também são ensinados, com maior ou menor ênfase dependendo do estilo e/ou linhagem.

A evolução da arte marcial aconteceu capitaneada por grandes mestres, que a conduziram e assenta-ram suas bases, resultando no caratê moderno, cujo trinômio básico de aprendizado repousa em: kihon (técnicas básicas), kata (sequência de técnicas, simulando luta com várias aplicações práticas) e kumite (luta, propriamente dita, que pode ser simulada, esportiva ou real).

Ainda que comunguem de similitude técnica de de origem, surgiram vários estilos, escolas e linhagens, dentro umas das outras, que difundem seu modo peculiar de entender o caratê. Tal circunstância, que foi combatida por mestres de renome, acabou por se consolidar e gera como consequência atual a falta de padronização e entendimento entre entidades e praticantes. Daí, posto que aceito mundialmente como esporte, classificado como esporte olímpico e participando dos Jogos Pan-Americanos, não há um sistema unificado de valoração para as competições, ocasionando grande dificuldade para sua aceitação como esporte presente nos Jogos Olímpicos.

O estudioso/praticante do caratê chama-se carateca (KARATEKA).

História

Antecedentes

O arquipélago de Oquinaua (em japonês: 沖縄, Okinawa?) localiza-se quase que exatamente a meio caminho entre Japão e China, no Mar da China Oriental. Por causa de sua posição georgráfica, que sempre despertou a cupidez dos dois países, estes não pouparam esforços para estenderem suas influências (culturais e econômicas), tornando a existência de um governo local submetida a conveniência externa.

Entre 1322 e 1429, sucedeu um período denominado de Sanza-jidai (em japonês: 三山時代, período dos três montes?) quando que se debateram os três reinos de Hokuzan (em japonês: 北山, Monte Setentrional?), Chuzan (em japonês: 中山, Monte Central?) e Nanzan (em japonês: 南山, Monte Meridional?) pelo controle da região. Tal período acabou com a unificação sob a bandeira única do reino de Ryukyu e sob o comando de Chuzan, que era o mais forte economicamente, inaugurando a primeira dinastia Sho: Sho Hashi. A influência chinesa consolidou-se mais forte.

Entrementes, após a unificação, el-Rei Sho Hashi promulgou um édito que tornou proibido o porte de quaisquer armas por parte da população civil. Considera-se este facto o estopim para a evolução que veio a culminar no caratê, um vez que já existia em Oquinaua uma arte marcial própria. Assim, devido à necessidade de as pessoas terem uma forma de defesa e em razão da proibição real, aquelas técnicas foram-se aperfeiçoando nas camadas mais pobres da população.

Fruto também da proibição de armas foi o desenvolvimento do Kobudo, que transformou o uso de objectos do contidiano em armas, como a tonfa e o nunchaku, que erem originalmente instrumentos agrícolas, para manuseio de moínho e debulhagem de arroz[6].

Posteriormente, em 1609, o clã samurai de Satsuma, com aprovação do imperador japonês, subjugou Ryukyu. Por ocasião da invasão, os samurais encontraram pouco ou nenhum revide, porque el-Rei declarou que a vida é o mais importante tesouro. Assim, Oquinaua passou a ser um estado tributário de Japão e China, mas, entonces, com predomínio nipônico, que expôs a cultura local e influenciou sobremaneira o desenvolvimento das artes marciais, sob os valores da classe guerreira. Naquele momento, o clã Satusma introduziu sua própria disciplina Jigen-ryu.

Okinawa-te

Em meados do século XVII, a arte marcial de Oquinaua já era estabelecida[carece de fontes?], sendo conhecida por Te ou Ti (em japonês: ou ティー, mão?). Também é referida como Okinawa-te ou Ushinhaa-ti (em japonês: 沖縄手, mão de Oquinaua?), quando surge a figura de Matsu Higa, renomado mestre de Te e kobudo e estudioso de Chuan fa, que teria aprendido com mestres chineses. Mas já nesse tempo, a arte marcial já vinha evoluindo em três formas distintas, radicadas nas três cidades que as nomearam, Naha-te, Tomari-te e Shuri-te.

Acredita-se que Sensei Higa tenha sido, dentro de seu estilo próprio, o primeiro a estabelecer um conjunto formal de técnicas e chamá-lo de te.

Destacaram-se mais os estilos de Shuri, por ser a capital, e de Naha, por ser o porto e mais importante entreposto comercial. Entretanto, posto que tivesse menor relevo no cenário da época, por ser mormente uma cidade de trabalhadores, pescadores e campesinos, Tomari, devido a exatamente suas características, desenvolveu o estilo peculiar e muitas vezes erradamente confundido com o estilo de Shuri. Ademais, em que pese cada um das cidades ter seu estilo, elas compartilhavam informações e praticantes.

Na linhagem de Shuri-te, seguiram-se a Sensei Higa, mais ou menos numa linha de instrutor e aprendiz, os mestres Peichin Takahara, Kanga Sakukawa e Sokon Matsumura.

Com mestre Takahara, já por influência japonesa, o Te vem a receber os três princípios que culminariam com a transformação da técnica numa disciplina muito maior já na transição do século XIX para o século XX.

Ainda no século XVII, o Te sofria fortes influências desde a China ainda. Mestre Sakukawa, por sugestão de Peichin Takahara, foi aprender com o chinês Kushanku — mestre de Chuan fa — e, depois, diretamente no continente. Tais características não passaram despercebidas e calharam em que a arte marcial passou a se chamar To-de ou To-di (em japonês: 唐手 ou トゥデ, mão chinesa?) ou ainda Toshukuken (em japonês: 徒手空拳, Toshukuken?) e Toshu-jitsu (em japonês: 徒手術, Toshu-jitsu?).

Enquanto isso, em Tomari, seu estilo seguia sob os ensinamentos de Karyu Uku e Kishin Teryua, que deixariam por legado a Kosaku Matsumora[10] e, em Naha, o te evoluia numa direção diversa, com movi-mento de extrema contração, golpes de curto alcance e condicionamento do corpo para absorção de golpes, tudo conjugado a técnicas de respiração: Ibuki (em japonês: 威吹鬼, Ibuki?). Sob o ministério de Sokon Matsu-mura, o to-de passou a ter um treinamento mais formalizado com a compilação de uma série mais ou menos fechada de katas e, principalmente, rompeu-se a barreira das classes socias. Com Matsumura, que fazia parte da elite guerreira e da corte de el-Rei Sho Ko e sucessores, o to-de, praticado mormente pelas classes trabalhadoras, passou a ser uma arte militar reconhecida.

Por essa época, ficaram famosos, e quase lendários, os contos sobre as proezas dos artistas marciais de Oquinaua, como a do mestre de Tomari-te, Kosaku Matsumora, que desarmado derrotou um samurai. Assim, o te era conhecido também por shimpi tode (em japonês: , misteriosa mão chinesa?) ou reimyo tode (em japonês: , Miraculosa mão chinesa?).

No fim do século XIX, o caratê ainda era marcado de modo forte por quem o ensinava, não havia, posto que houvesse similitudes entre as técnicas, um padrão, o que dificultava sua maior aceitação fora de círculos restritos, porque era praticado e ensinado num rígido esquema de mestre/aluno.

Nesse meio tempo, sobreveio a final anexação de Ryukyu, em 1875, tornando-se a "Prefeitura e Oquinaua". E o que poderia ser o fim tornou-se uma oportunidade, pois terminou com o isolamento da população do arquipélago, incorporados de vez à população nipônica. E coube a Anko Itosu, um discípulo de Matsumura e secretário do rei de Oquinaua, usar de sua influência para tentar disseminar a arte marcial.

O mestre via o te não somente como arte marcial mas, principalmente, como uma forma de desenvolver caráter, disciplina e físico das crianças. Aind'assim, o mestre julgava que os métodos utilizados até a época não eram práticos: o te era ensinado basicamente por intermédio do treino repetitivo dos kata. Entonces, Itosu simplificou o treino a unidades fundamentais, os kihons, que são as técnicas compreendidas em si mesmas, um soco, uma esquiva, uma base, e, além, compilou a série de katas Pinan com técnicas mais simples e que passariam a formar o currículo introdutório. A mudança resultou na diminuição, supressão em alguns casos, de táticas de luta, mas reforçou o caráter esportivo, para benefício da saúde: deu-se relevo a postura, mobilidade, flexibilidade, tensão, respiração e relaxamento.

E atribui-se a ele a mudança de denominação para karatē (em japonês: 空手, mãos vazias?), como forma de vencer as barreiras culturais, as resistências para aceitação, pois como algo com origem chinesa não era visto com bons olhos, ademais porque havia tensões latentes entres os dois países.

Em 1900, aconteceu uma grande emigração deste Oquinaua até o Havaí, resultando na primeira mostra do caratê a ocidentais, eis que o Havaí tinha sido anexado pelos EE.UU. havia aproximadamente dois anos.

O caratê tornou-se esporte oficial em 1902. Evento dramático no desenvolvimento do carate que é o ponto em que se aperfeiçoa a transição de arte marcial para discilplina física, deixando ser visto apenas como meio de auto-defesa[13].

Como resultado de seu progresso, Anko Itosu crê ser possível exportar o caratê para o resto do Japão e, em começos do século XX, passa a empreender esforços para tanto, mas não consegue lograr sucesso.

Paralelos a esses eventos, outro influente mestre, Kanryo Higashionna, promovia por si outras mudanças. Ele desenvolvia um estilo peculiar que mesclava técnicas suaves, evasivas e defensivas, e rígidas, e tinha como discípulos Chojun Miyagi e Kenwa Mabuni. A exemplo de Itosu, Higashionna consegiu fomentar os valores neles que levaram até as mudanças futuras que tornariam o caratê mais aceitável.

Caminho das mãos vazias

http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/common/images/magnify-clip.pngKenwa Mabuni e o SHITO-RYU

Os esforços de Itosu, a despeito de não gerarem os efeitos almejados, frutificaram nas mãos de seus alunos. Mestre Kenwa Mabuni, como forma de tributo, sistematizou todos os ensinamentos aprendidos no estilo Shito-ryu, que pretende fundir os estilos Shuri-te e Naha-te e com isso veio a preservar muitas variações de kata. Mestre Choshin Chibana, por seu turno, compilou seu conhecimento no estilo Kobayashi-ryu, pretendendo preservar as exatas formas por ele aprendidas de Matsumura e Itosu[14].

Entretanto, coube a Gichin Funakoshi completar do mestre Itosu. Funakoshi, sem olvidar que foi ladeado pelos colegas, logrou êxito em difundir o caratê pelo arquipélago japonês. As técnicas do estilo iniciado por Funakoshi baseiam-se no caratê de Itosu, mas dando mais ênfase ao aspecto formativo da personalidade.

A despeito de vários pedidos para a não exibição de vários mestres que não viam com bons olhos a divulgacão, Funakoshi levou o carate até o sistema público de ensino, com a ajuda de seu mestre Anko Itosu e, em pouco tempo, a arte marcial já fazia parte do currículo escolar como disciplina física/esportiva, dando um impulso extraordinária, com o caratê sendo praticado em vários sítios e sendo bastante apreciado e valorizado localmente.

Entre 1902 e 1915, Sensei Funakoshi viajou com seus melhores alunos por toda Oquinaua realizando demonstrações públicas de caratê e calho de o inspetor de Educação da "nova" prefeitura, Shintaro Ogawa, estava particularmente interessado no processo seletivo para ingresso nas forças armadas, preocupado em obter um bom grupo, composto por jovens de boa índoles (valores) e boa compleição. Ogawa ficou impressionado, que escreveu ao continente dando as novas.

Sucedeu de o Almirante Rokuro Yashiro assistir a uma daquelas demonstrações, explicadas por Funakoshi, enquanto seus alunos executavam kata, quebravam telhas e faziam outras proezas, que expunham a eficácia do condicionamento físico. O almirante ficou muito impressionado e ordenou que seus homens que iniciassem o treinamento de imediato. Sucedeu também de, em 1912, o comando Almirante Dewa escolher doze de seus homens para treinarem caratê por uma semana, enquanto estivessem ancorados nas imediações. As novas levadas por esses dois oficiais levaram o caratê a ser mais comentado no JapãoCalhou de, em 1921, o então príncipe herdeiro e futuro imperador Hirohito assistir a uma dessas demonstrações, pelo que ficou admirado e pediu a feitura de um evento nacional em Tóquio, reazlizado em 1922. O evento foi muito bem sucedido e ocasionou de o mestre Funakoshi ser coberto de convites para apresentar sua arte e um desses convites foi feito por Jigoro Kano, para ser feito no instituto Kodokan.

Durante o evento, que levantou a plateia, mestre Funakoshi foi convencido a permanecer no Japão e, com a ajuda de Jigoro Kano, de que se tornou amigo íntimo, o caratê foi difundido.

Como muitas das artes marciais praticadas no Japão, o caratê fez a sua transição para o karatē-dō (em japonês: 空手道, caminho das mãos vazias?). A partícula do significa caminho, palavra que é análoga ao familiar conceito de tao. Daí que o caratê deixou de ser encarado apenas em seu aspecto técnico, ou jitsu, para ser realçado o filosófico.

Como foi adotado na moderna cultura japonesa, o caratê está imbuído de certos elementos do zen budismo, sendo que a prática do caratê algumas vezes é chamada de "zen em movimento". As aulas frequentemente começam e terminam com curtos períodos de meditação. Também a repetição de movimentos, como a executada no kata, é consistente com a meditação zen pretendendo maximizar o autocontrole, a atenção, a força e velocidade, mesmo em condições adversas. A influência do zen nesta arte marcial depende muito da interpretação de cada instrutor.

Devido aos esforços de Funakoshi o caratê passou a ser ensinado nas universidades de Shoka, Takushoku, Waseda e Faculdade de Medicina.

A modernização e sistematização do caratê no Japão também incluiu a adoção do uniforme branco (quimono ou karategi) e de faixas coloridas indicadoras do estágio alcançado pelo aluno, ambos criados e popularizados por Jigoro Kano, fundador do judô.

As contribuições de Jigoro Kano não se limitam ao uniforme de treinamento e à padronização das graduações, mas vão até a técnicas, que forma compiladas dentro do estilo Shotokan. O conceito de do, ainda que latente há muito, foi de certa forma incorporado segundo suas ideias.

Depois que Funakoshi demonstrou o caratê, outros mestres de Oquinaua seguiram seu exemplo e se foram, no fito de conseguir novos alunos e divulgar ainda mais. Um deaqueles mestres era Kenwa Mabuni, que se fixou em Osaca e, no ano de 1931, criou a Dai-Nihon Karate-do Kai, para dar apoio a seu estilo, que foi registrado, primeiro como Hanko-ryu, e, depois, Shito-ryu.

Entrementes, durante a década de 1930, que a a Associação Japonesa de Artes Marciais, Butoku-kai, reconheceu oficialmente o caratê como arte marcial nipônica e requereu que todas as escolas fizessem registro na entidade[16], fornecendo os nomes dos estilos.

Em maio de 1949, alguns discípulos de Funakoshi criaram uma associação cujo escopo principal seria a promoção do caratê. O nome dado foi Nihon Karate Kyokai, ou Associação Japonesa de Caratê (Japan Karate Association - JKA, em inglês), e o primeiro presidente foi Saigo Kichinosuke, membro da Câmara Alta do Japão, neto de Saigo Takamori, um dos maiores heróis do Japão Meiji.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o caratê tornou-se popular na Coréia do Sul sob os nomes tangsudo ou kongsudo quando a pratica do taekwondo foi proibida pelos japoneses após sua invasão.

Após a Segunda Guerra Mundial, o mestre Funakoshi com seus alunos conseguiram que o Ministério da Educação classificasse o caratê como educação física e não como arte marcial, tornando possível seu ensin, durante a ocupação do Japão. Depois dos EE.UU. o caratê foi difundido pela Europa e o mundo.

Atualidades

Posto que mestre Funakoshi pregasse que o caratê era uma arte marcial única, que as variações nas formas, nos estilos, deviam-se precipuamente às idiossincrasias e que jamais denominou sua linhagem de estilo, ainda durante sua existência e persistindo até os dias atuais, o que sucedeu foi uma proliferação de estilos, escolas e linhagens diferentes.

A grande variedade de estilos e escolas, se por um lado facilita essa disseminação, por outro, causou enormes dissenções e cisões entre entidades e representantes. Muitas vezes, o que motivou a cisão foram disputas políticas e/ou ideológicas.

Depois de criada por discípulos de Funakoshi, a quem aclamaram o como líder, em 10 de abril de 1957, a JKA ganhou a condição de entidade oficial, mas, cerca de duas semanas depois, o grande mestre faleceu com a idade de 89.

Em 19 de junho de 1999, depois de muitos anos e muitos episódios marcados pela discórdia, na 109ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional - COI, confirmou-se o reconhecimento da Federação Mundial de Caratê (World Karate Federation - WKF, em inglês) como o ente governativo do caratê mundial, o que significava o também reconhecimento do esporte como esporte candidato a figurar nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, como esporte de demonstração, cuja confirmação dar-se-ia na 111ª Session do Comitê, para o ano seguinte[5].

O COI estabece dois parâmatros para a aceitação de um esporte como olímpico: ser praticado em muitos países (membros) e ser representado por uma entidade mundialmente reconhecida. Aparentemente, o caratê possui esses dois requisitos, porém, nos anos de 2005 e 2009, foi negada a participação. E, para os jogos de 2012, ainda o caratê não é listado.

KARATE No Brasil

Da mesma forma como sucedeu com outras artes marciais japonesas, o caratê foi introduzido no Brasil com a chegada de imgrantes japoneses no começo do século XX. Pero somente no ano de 1956, o sensei Mitsuke Harada (Shotokan)[20] instala o primeiro dojô em São Paulo. A esse exemplo seguiram os mestres Sadamu-Uriu, Yasutaka-Tanaka, Higashino,Juichi Sagara(Shotokan), em ; Seichi Akamine (Goju-ryu), em 1958; Koji Takamatsu (Wado-ryu); Takeo Suzuki (Wado-ryu); Michizo Buyo (Wado-ryu); Yoshide Shinzato (Shorin-ryu); Akyo Yokoyama (Kenyu-ryu).

Ética e filosofia

Além das mudanças para facilitar a divulgação do caratê, Sensei Funakoshi foi eficaz em imprimir solenidade aos treinamentos, respeito para com mestres, instrutores e praticantes, de forma mútua, o que realça o carácter de formação de bons indivíduos.

O treinamento tradicional de caratê dever começar e terminar com um breve momento de meditação, Mokuso, cuja finalidade é preparar o carateca para os ensinamentos que receberá e, depois, refletir sobre os mesmos. A cada momento ou exercício faz-se saudação no começo e no fim, sendo costume difundido em vários dojôs fazer uma reverência ao entrar e sair do sítio.

Esse carácter mais abrangente do caratê é bem visível pela partícula "dô" (em japonês: , "dô"?) de seu nome. Tais princípios, posto que a grande mudança filosófica ocorrida nas artes marciais japonesas possa ser concontrado na transição do século XIX para o XX, suas raízes remontam bem mais no passado.

O monge Peichin Takahara foi o primeiro a descrever a filosofia do "dô", do caminho de evolução que são as artes marciais. Ainda no século XVII, ele desceveu as três vertentes que, combinadas, culminam na evolução da pessoa: ijo, e katsu.

  • Ijo (em japonês: , Ijo?) pode ser expresso em atitudes pró-ativas em favor de terceiro. Também se diz que a forma ijo respousa na compaixão, humildade, no recato.
  • Fo (em japonês: ou , Fo?) é o compromisso, isto é, a dedicação que alguém tem para com algo; no caso, o afinco com que um carateca treina os conhecimentos ensinados, a seriedade e devoção que nutre, além, para com seu mestre e colagas.
  • Katsu (em japonês: , Katsu?) reflete-se no conhecimento, na compreensão que a arte marcial possui, mas compreendida nos mínimos detalhes e em que momentos, da vida ou de um enfrentmento real, farão sentido.

O conceito do caminho evolutivo que é a prática do caratê pode ser achado em todas as artes marciais japonesas, é uma leitura japonesa do Tao. Como caminho, deve ser interpretado de forma abrangente/ampla, para a compreensão de um ciclo de vida, eis que o caminho é já pré-determinado, em que há uma relação de interdependência de todas as coisas e situações.

Samurai (o guerreiro, militar)

Nesta cércea, o caratê se insere como uma das disciplinas do Bushido, o código de ética do guerreiro. Assim, o caratê é muito mais do que uma forma de luta (o "dô" rejeita esta visão limitada), é um modo de vida.

Dojo kun

A par dos princípios básicos elencados e tendo em foco o Bushido, o mestre Kanga Sakukawa elaboubou um código, o Dojo kun, para servir de norte à prática do caratê. Tal código é composto por cinco regras:

1. Esforçar-se para a formação do caráter (personalidade).

2. Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão.

3. Criar o intuito do esforço.

4. Respeito acima de tudo (CORTESIA, EDUCAÇÃO NO TRATO COM AS PESSOAS).

5. Conter o espírito de agressão (NÃO –VIOLÊNCIA).

Tode jukun

Sensei Anko Itosu, quando se dirigiu aos administradores japoneses, no fito de divulgar o caratê por tod'o Japão, referiu-se à sua arte marcial em forma de princípios que poderiam ser facilmente compeendidos. Assim, tal conjunto de princípios ficou conhecido como Tode jukun, ou os Dez Princípios do Tode.

1. O caratê não é praticado apenas para o benefício individual, pode ser usado para proteger sua família e seu mestre. Ele não é pensado para ser utilizado apenas contra um único bandido, mas sim, como uma forma de se evitar uma briga caso se venha a ser confrontado com um vilão ou um valentão.

2. O propósito do caratê é tornar os músculos e ossos duros como rochas e usar as mãos e pernas como lanças. Se as crianças iniciassem a treinar naturalmente nas proezas militares enquanto na escola fundamental elas ficariam aptas ao serviço militar...

3. O caratê não pode ser aprendido rapidamente...

4. Em caratê, reinamento das mãos e dos pés é importante, então você deve treinar meticulo-samente com makiwara. Para fazer isso, abaixe seus ombros, abra os pulmões, reúna sua força, agarre o chão com os pés e concentre sua energia no baixo abdômen. Pratique utili-zando cada braço de cem a duzentas vezes por dia.

5. Quando praticar as bases do caratê certifique-se de manter as costas eretas, ombros abaixa-dos, colocar a força em suas pernas, manter-se firme e direcione a energia para o baixo abdômen.

6. Pratique cada uma das técnicas do caratê repetidamente. Aprenda bem as interpretações de cada técnica e decida quando e de que maneira aplicá-las quando necessário...

7. Vós deveis decidir se o caratê é para saúde ou para auxiliar nos deveres.

8. Quando treinar, faça como se estivesse no campo de batalha. Seus olhos devem ficar penetrantes, os ombros baixos e o corpo endurecido. Deve-se treinar sempre com intensidade e espírito como se realmente estivesse encarando o inimigo e desta forma naturalmente ficar-se-á pronto.

9. Se se usar excessivamente sua força no treinamento de caratê isso irá causar a perda de energia no baixo abdômen e será perigoso para o corpo. Os olhos e o rosto ficarão vermelhos. Ser cuidadoso para controlar o treinamento.

10. [...] O caratê auxilia no desenvolvimento de ossos e músculos. Ajuda tanto na digestão quanto na circulação...

Niju kun

Imbuído pelo conceito do "dô" e a exemplo do que fizeram os mestres do passado, em particular, seu instrutor directo, mestre Sakukawa, Gishin Funakoshi elaborou um código ético, Niju kun, o qual seria difundido em sua escola, mas se acabou por espraiar por outros dojôs. O nome significa literalmente as vinte regras e são as seguintes:

1. Não se esqueça que o caratê deve iniciar com saudação e terminar com saudação.

2. No caratê não existe atitude ofensiva.

3. O caratê é um apoio da justiça.

4. Conheça a si próprio antes de julgar os outros.

5. O espírito é mais importante do que a técnica.

6. Evitar o descontrole do equilíbrio mental.

7. Os infortúnios são causados pela negligência.

8. O caratê não se limita apenas à academia.

9. O aprendizado do caratê deve ser perseguido durante toda a vida.

10. O caratê dará frutos quando associado à vida cotidiana.

11. O carate é como água quente. Se não receber calor constantemente, esfria.

12. Não pense em vencer, pense em não ser vencido.

13. Mude de atitude conforme o adversário.

14. A luta depende de como se usam os pontos fracos e fortes.

15. Imagine que os membros de seus adversários são como espadas.

16. Para cada homem que sai do seu portão, existem milhões de adversários.

17. No início, os movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.

18. O treino das técnicas deve ser de acordo com o movimento correto, pero na aplicação torna-se diferente.

19. Não se esqueça de aplicar corretamente: (1) alta e baixa intensidade de força; (2) expansão e contração corporal; (3) técnicas lentas e rápidas.

20. Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre.

Estilos

No caratê há um grande número de estilos e escolas. Os mais conhecidos atualmente são Shotokan, a escola Shotokai, Shorin-ryu, Goju-ryu, Uechi Ryu , Wado-ryu e Shito-ryu. Todos eles criados na primeira metade do século XX, exceto o shorin ryu. O Kyokushin ("verdade final") é outro estilo muito popular, apesar de mais recente. Além desses, existem: Shobayashi, Matsubayashi-ryu, Kobayashi-ryu, Matsumura Seito e Matsumura Motobu. Desses se originaram estilos como Chito-ryu, Shorinji-ryu (Kempo) e Shorei-ryu. Outros estilos importantes incluem o Seido, Shudokan, Shukokai, Kenyu Ryu, Isshin-ryu e Shindo-jinen-ryu. Alguns mestres do caratê criaram estilos que são a combinação de vários estilos, como o JIKC (Japanese International Karate Center) ou o Kata shubu do ryu.

Estilo e escola

Em termos de artes marciais, há que se notar que a palavra Escola não tem o mesmo sentido empregado no uso comum. O caratê é uma arte marcial que se subdivide em diversos estilos, o Shorin-ryu sendo um dos mais antigos entre eles. Cada estilo (ryu) é uma forma particular de se praticar uma determinada arte mar-cial. Nesse sentido, membros de estilos diferentes terão nomes diferentes para golpes semelhantes, katas e kihons próprios, diferentes progressões de faixa e até mesmo metodologias de ensino variadas. O que une os diferentes estilos é a consciência de que são como galhos de uma mesma árvore, no caso a arte marcial em questão.

As escolas (kan), por sua vez, são visões particulares de um determinado estilo. Muitas vezes elas se originam como tributos a Mestres muito graduados e, algumas vezes, acabam se transformando em estilos propriamente ditos, como foi o caso do estilo Shotokan, que deve ser mais corretamente chamado de Shotokan-ryu (uma vez que Shotokan seria a Escola de Shoto e Shotokan-ryu seria o Estilo da Escola de Shoto). Uma Escola, em termos de artes marciais, não é, portanto, um local de aprendizado de técnica, mas um conjunto de idéias dentro de um estilo. Os locais de aprendizado são chamados de Dojos, sendo estes filiados a alguma Escola. É neles que as pessoas aprendem caratê.

O caratê também pode ser praticado como um esporte competitivo, muito embora não possua status de esporte olìmpico como o Judô e o Taekwondo. Isto se deve ao fato de que não há uma organização centralizadora para o caratê, assim como não existem regras uniformes entre os diversos estilos. A competição pode ser tanto de kumite como de kata e os competidores podem participar individualmente ou em grupo. Vale lembrar, no entanto, que o caratê é considerado como modalidade olímpica, reconhecida pelo COI em 1999, uma vez que está de acordo com a Carta Olímpica. A Organização Mundial de Administração que foi reconhecida é a Federação Mundial de Karatê(WKF).

Na competição de kata, pontos são concedidos por cinco juízes, de acordo com a qualidade da performance do atleta, de maneira análoga à ginástica olímpica. São critérios fundamentais para uma boa performance a correta execução dos movimentos e a interpretação pessoal do kata através da variação de velocidade dos movimentos (bunkai). Quando o kata é executado em grupo (usualmente, de três atletas), também é impor-tante a sincronização dos movimentos entre os componentes do grupo.

No kumite, dois oponentes (ou duas equipes de lutadores) enfrentam-se por um tempo, que pode variar de dois a cinco minutos. Pontos são concedidos tanto pela técnica quanto pela área do corpo em que os golpes são desferidos. As técnicas permitidas e os pontos permissíveis de serem atacados variam de estilo para estilo. Além disso, o kumite pode ser de semi-contato (como no estilo Shotokan), ou de contato direto (como no estilo Kyokushin).

Tabela de pontuação utilizada pela Confederação Brasileira de Karatê-do (CBK), e entidades a ela filiadas:

  • Ippon (um ponto) - soco na área do abdome, do peito, do rosto ou costas.
  • Nihon (dois pontos) -chute na área das costas; chute na área do abdome ou do peito, independentemente do oponente estar caído ou não.
  • Sanbon (três pontos) - chute na cabeça, com contato controlado (ou, dependendo da categoria em disputa, com aproximação de 5 cm a 10 cm, desde que o oponente não esboce reação), independentemente do oponente estar caído ou não; derrubar o oponente com técnica de varredura ou projeção e, num intervalo de até 3 segundos, aplicar uma técnica pontuável (exceto chute na região do abdome), desde que o oponente e steja completamente caído, sem chances de contra-atacar.

Há, ainda, confederações que utilizam tabela de pontuação semelhante a esta. Por exemplo, a LIGA NACIONAL DE KARATE DO BRASIL (LNK/WUKO), bem como as entidades filiadas à mesma, utilizam wazari (meio ponto - ○), para golpes chudan (altura do tronco); e ippon (um ponto - ●), para golpes jodan (altos), ou indefensáveis. Nesse sistema de luta, o combate termina quando o tempo expira ou quando um dos dois oponentes atinge três pontos (sanbon), daí o nome do sistema de disputa ser Shobu Sanbon (disputa por três pontos). Uma variação desse sistema é o Shobu Ippon (disputa por um ponto), onde vence aquele que conseguir um ippon ou dois wazari. Há, ainda, outra variação: Shobu Nihon (disputa por dois pontos), na qual vence aquele que obtiver dois ippon ou quatro wazari, mas esta última forma de disputa é mais utilizada para competições infantis.

Técnicas

Todo estilo de caratê baseia seu ensino em três categorias técnicas: kihon, kata e kumite.

Como a modalidade é, antes de tudo, uma arte marcial, exige-se de seu adepto que pratique os exercícios com dedicação e empenho similares a estar num campo de batalha: a mente deve estar focada no exercício, de molde a absorver o movimento/conceito na sua inteireza.

Essa atitude é, em verdade, esperada do carateca perante quaisquer situações do cotidiano, eis que o caratê é concebido como uma disciplina do Budo.

Tradicionalmente, pelo menos até as mudanças promovidas por Anko Itosu, a forma de ensinar caratê era com base no estudo dos katas. Grosso modo, quando se dizia que o mestre tinha transmitido todo o seu conhecimento, siginificava que ele tinha ensinado todos os katas que sabia, aí inseridos todos os aspectos. Não se praticava a luta — kumite — porque o entdimento da época era que o caratê era mortal e, portanto, insucetível de ser praticado em luta, posto que combinada. Ou, quando era praticado, as lutas eram parte mínima dos exercício.

Essa ideia foi paulatinamente sendo cambiada. Aind'assim as escolas tradicionais transmitem a arte marcial precipuamente com base no apredizado do kata.

Acontece, porém, que tal metodologia não é eficaz quando se trata de crianças, mormente, como notou mestre Itosu ainda no século XIX. Foi entonces que ele particionou os katas nas técnicas fundamentais e criou os kihons. Da mesma forma, compreendeu-se que a simulação da luta (que o kata pretende ser) deve-ria ser praticada, pois já coloca o carateca em situação de enfrentamento e o prepara de modo mais eficaz. Dai foi que surgiu o trinômio em que o caratê hodierno se lastreia (kihon, kata e kumite).

Kihon (FUNDAMENTOS, EXÉRCÍCIOS BÁSICOS)

O termo kihon (em japonês: 基本, O termo kihon?) significa "fundação" ou "fonte" e, nesta lógica, quer dar sustento ao desenvolvimento do caratê de forma perene. Um kihon é uma técnica básica, um soco, uma defesa, uma postura, que é repetida pelo praticante diversas vezes. O escopo é tornar o movimento tão natural que, quando for executado num kata ou num kumite, não haverá difculdades e o aprendizado fluirá.

O estudo na forma de fundamentos consegue transmitir ao aluno a forma básica, incumbindo ao professor conseguir transmitir não somente o movimento em si mas toda a filosofia e os conceitos que estão por detrás, porque de outra forma a essência do caratê inexoravelmente será olvidada, deixando de ser "dô" para ser "jitsu". Noutras palavras, técnica pela técnica, num movimento contrário ao deixado pelos mestres.

Por fim, a fixação do movimento por meio da repetição levará eventualmente à compreensão maior de seu significado conquanto a energia do golpe não será desperdiçada mas, antes de tudo, canalizada do modo mais eficiente possível. Ou seja, visa-se o equilíbrio entre prática e teoria.

Kata (forma. luta imaginária, simulada)

Kata (em japonês: , Kata?) significa "forma" ou "modelo". Um kata pretende ser uma luta simulada, formatada para que o carateca consiga praticar sozinho; são movimentos coreografados que visam dar desenvoltura frente a situações reais de enfrentamento, contra um ou vários adversários imaginários. A prática do kata foi introduzida desde cedo no caratê, desde quando se tratava de luta tipicamente de Oquinaua. Todavia, com a crescente influência dos estilos oriundos da China, a prática fixou-se de vez[9][8].

Há muitos katas e muitas variações de um mesmo kata, dependendo do estilo/escola e até de professor para professor, refletindo diversos significados e as características desse estilo/escola. Os significados e aplicações de um kata são dadas pelo bunkai, ou aplicação. O escopo mor é preparar o praticante para a luta real: a finalidade é que o aluno aprenda profundamente os kihons e, depois, perceba a aplicação de facto das técnicas de projeção, controle, chute e/ou deslocamento etc.

Kumite

Kumite (em japonês: 組み手 ou 组手, mãos dada) representa uma luta, um combate. Seu nome, sendo traduzido como o encontro das mãos, pretende fazer memento ao lutador que o embate dar-se-á, pelo menos nos primeiros momentos, em condições de igualdade. Por conseguinte, deve haver respeito.

Em princípio, as lutas eram proibidas e/ou desestimuladas, porque o caratê possui técnicas perigosamente mortais. Mas, quando o kumite foi incorporado ao treinamento, viu-se que deveria haver maior controle, é que um aluno somente deveria treinar com luta depois de conhecer bastante as técnicas dos kihons e katas, que são sua base. A despeito disso, existem algumas formas de kumite, que seguem uma linha contínua de aumento de dificuldade, com mais até menos controle.

Por outro lado, a prática do kumite como parte do treinamento, além de promover a adaptação do praticante a situações de combate, tem como fito precípuo a promoção do companheirismo, do compartilhamento de informações, da ajuda mútua.

Ademais, quando o caratê (karate) passou pelas mudanças filosóficas que o transformaram em caratê-dô, impregnou-se da ideia de que o carateca que evolui sozinho praticamente não evolui, pois não se forma completamente, com respeito a outrem e à coletividade. E isso, num hipotético combate, fatalmente contri-buiria de modo nefasto para um insucesso.

O caratê(KARATE), por meio de Gichin Funakoshi, que aceitou sugestão de Jigoro Kano, adoptou o sistema de faixas coloridas. Pero cada estilo/escola possui seus próprios graus. Antes, porém, muitos métodos distintos eram usados para marcar os vários níveis dos praticantes. Alguns sistemas, recorriam a três tipos de certificados para seus membros:

  • Shodan ou Shoudan: significando que se havia adquirido o status de principiante.
  • Chudan ou Chuudan: significava a obtenção de um nível médio de prática. Isso significava que o indivíduo estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, escola e mestre.
  • Jodan ou Joudan: a graduação mais alta. Significava o ingresso no Okuden (escola, sistema e tradição secreta das artes marciais).

Se o indivíduo permanecia dez anos ou mais junto ao seu mestre, demonstrando interesse e dedicação, recebia o Menkyo, a licença que permitia ensinar. Essa licença podia ter diferentes denominações como: Sensei, Shihan, Hanshi, Renshi, Kyoshi, dependendo de cada sistema em particular. A licença definitiva que podia legar e outorgar acima do Menkio, era o certificado Kaiden, além de habilitado a ensinar, implicava que a pessoa havia completado integralmente o aprendizado do sistema.

O sistema atual que rege a maioria das artes marciais usando Kyu ("classe") e Dan ("grau"), foi criado por Jigoro Kano, o fundador do Judô. Kano era um educador e conhecia as pessoas, sabendo que são muitos os que necessitam de estímulos imediatamente depois de haver começado a praticar artes marciais. A ansiedade desse tipo de praticante não pode ser saciada por objetivos a longo prazo.

A graduação no caratê é importante para indicar o nível de experiencia dos prati-cantes, e é vista como sinal de respeito para os atletas menos graduados. Para demonstrar a graduação os caratecas usam uma faixa com uma cor na região da cintura. A ordem das cores das graduações variam de estilo para estilo mas como padrão, a faixa iniciante é a de cor branca.

Na classificação de faixas coloridas, Kyu significa classe, sendo que essa classificação é em ordem decres-cente. Na classificação de faixas pretas, Dan significa grau, sendo a primeira faixa preta a de 1º Dan, a segunda faixa preta 2º Dan e assim por diante em ordem crescente. Em um plano simbólico, o branco representa a pureza do principiante, e o preto se refere aos conhecimentos apurados durante anos de treinamento.

Exame de faixa

Desde que foi estabelecido e aceito o sistema de faixas coloridas, a graduação do caratê (karate) asseme-lhou-se muito ao seriamento escolar, entonces, para os alunos galgarem graus ascendentes, até o de mestre, são procedidos testes com diferentes características e exigências, de acordo com o grau de conhecimentos exigidos para a faixa imediatamente anterior, ou seja, o aluno obtem a próxima faixa, se conseguir demons-trar que aprendeu a todo o conhecimento correspondente ao grau que ocupa e pretende superar; em tese, somente quando o aluno aprendeu tudo de um estágio é que está pronto para prosseguir no caminho do caratê. Habitualmente, também se exige certo período de tempo entre um exame e outro.

Não existe um consenso sobre os programas dos exames de faixa, variando de organização para organiza-ção, ou mesmo de dojôs.

O caratê desenvolveu-se paralelamente às demais artes marciais japonesas, em Okinawa (Oquinaua), onde há uma língua própria. Todavia, o vocabulário é basicamente em japonês.

"Karate ni sente nashi"

Frase ancestral de Okinawa que Sensei Gichin-Funakoshi sempre pregava aos seus discípulos.VOCÊ QUE SE DIZ KARATEKA, SABE O SIGNIFICADO?

Grafia: "Caraté" ou "caratê" são as formas de grafia correta em língua portuguesa. Todavia, em que pese a vigência do Acordo Ortográfico de 1990, pelo qual as letras K, W e Y passaram a fazer parte do alfabeto, a forma com K deve ser desestimulada, ante o aportuguesamento da grafia, posto que seu uso seja difundi-do. A variação com acento circunflexo jutifica-se, no Brasil, pela influência da língua francesa, em Portu-gal, com acento agudo, por recepção directa do japonês, na qual o som da letra final seria aberto.

  1. Peichin Takahara era um monge de Oquinaua
  2. A forma de escrita kanji, do japonês, usa dos caracteres chineses. Assim, o caractere , quando escrito em chinês, soa como "Tang", pelo que a palavra To-de também faz referência à Dinastia Tang

"O que importa antes de tudo é o momento presente. O momento presente é o criador do seu amanhã. Somos escravos do ontem, mas somos dono do nosso amanhã."
Gichin Funakoshi